Vanda: cuidando da saúde no esporte

Nossa entrevistada do dia para a série “Essa é a Nossa Gente” é Vanda Kretly, chefe de enfermagem da SEME.

Texto: Paulo Sérgio Serra Teixeira
pauloserra@prefeitura.sp.gov.br

Paulo Gervino
pantar@prefeitura.sp.gov.br

Vanessa Dini
vdini@prefeitura.sp.gov.br

Foto: Paulo Gervino
pantar@prefeitura.sp.gov.br



Vanda é paulistana, tem 53 anos, mora no bairro da Vila Olímpia, e entrou na Prefeitura no dia 17 de janeiro de 1979. Foi escriturária na Prefeitura enquanto fazia faculdade, e a enfermagem era algo que planejava para sua vida desde pequena, porém ela diz que “não esperava vir para o esporte”. Em sua opinião, “a enfermagem é uma profissão muito dura, pesada e, principalmente, muito emocional, nós temos que ser muito fortes e ao mesmo tempo muito doces ao lidar com os pacientes.”

A formação profissional de nossa entrevistada de hoje é pioneira e muito vasta. Ela é graduada em enfermagem pela Universidade de Guarulhos, fez especialização em administração hospitalar e licenciatura em enfermagem médica cirúrgica.

Ao chegar à Secretaria de Esportes, vinda de um hospital municipal, onde trabalhava no pronto-socorro, Vanda, que não era tamanha conhecedora da enfermagem para a área esportiva, resolveu fazer novos cursos para se aperfeiçoar. Ela nos contou que “os atletas são muito diferentes dos ‘pacientes normais’, eles não querem descansar. Se eu falo para algum atleta deitar, ele e seu técnico já ficam doidos querendo sair dali e voltar a treinar. E é complicado mesmo, se um atleta fica 15 dias parado ele perde cerca de 60% de sua massa muscular, é muita coisa.”

Dentro da SEME, a enfermeira estreitou seus laços entre o esporte e sua profissão. Então, em seu mestrado, na UNIFESP, Vanda trabalhou o significado do esporte para o atleta, e em seu doutorado, em enfermagem do esporte, na USP, ela estudou a questão das lesões esportivas. Além disso, ela frequentou vários congressos para sempre se manter atualizada.

A chefe de enfermagem nos contou que procurou por todo o país, e viajou até para os Estados Unidos em busca de enfermeiros com especialização no esporte, mas não encontrou. “Os enfermeiros de outros países trabalham em escolas, no esporte de alto rendimento só encontrava paramédicos e fisioterapeutas.”

Até o ano de 2009, Vanda trabalhou no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa. Depois dessa data, por conta de sua formação e conhecimento e da intenção da SEME em focar mais no desenvolvimento de pesquisas, ela foi convidada a ir para o gabinete. Hoje, Vanda responde tecnicamente pelos enfermeiros, auxiliares e técnicos em enfermagem que trabalham nos 46 clubes escola administrados diretamente pela SEME. Ela também acompanha, nos postos de saúde, os eventos organizados pela Secretaria. “Gosto muito de trabalhar aqui, é o local onde passo a maior parte da minha vida, eu posso não conhecer todos pelo nome, mas dos rostos eu sempre me lembro.”
Vanda se diz “muito metódica, por ser professora e pesquisadora. Gosto de tudo sempre certinho, em ordem, e procuro sempre ajudar os colegas.”

Com muitas histórias na bagagem, Vanda nos contou: “Todo dia 23 de junho nós comemoramos o Dia Olímpico, e existem também outras datas festejadas, pois, aqui na SEME, algumas crianças vão se tornar atletas renomados, mas todos vão se formar cidadãos melhores, e nós sempre gostamos de mostrar que o esporte é mais do que só jogar ou cultuar o corpo. Em uma dessas festas, o Coronel Mauricio trouxe uma chama olímpica para cá, e o Amauri e o Montanaro (ex-jogadores de vôlei) iriam levá-la ao local da celebração. Algumas meninas, vestidas de deusas gregas, com lençóis costurados como vestimenta, iam levar os jogadores até a chama. Só que uma dessas meninas, ao ver o Amauri, ficou tão emocionada e nervosa que desmaiou. E me gritaram, dizendo que eu tinha que levar o Amauri até lá, e eu só preocupada em atender a menina que estava caída no chão. E todo mundo esperando. Acabei indo e foi super engraçado. E, claro, a menina melhorou rápido, só tinha desmaiado de emoção mesmo.”

Vanda também gosta de lembrar o Coronel Mauricio, antigo diretor do Centro Olímpico. Ela diz que “ele foi fundamental para a SEME, pois cuidava daqui com muito amor.” Por ser militar, ela nos conta, “várias pessoas tinham medo dele, mas, na verdade o diretor era um doce de pessoa, o Coronel, junto com a Magic Paula (ex-jogadora de basquete) são responsáveis por essa estrutura bonita e reformada que vemos hoje.”

Além de seu trabalho na Prefeitura, Vanda deu aulas na UNIFESP durante 22 anos e também lecionou em uma faculdade particular.

Para o futuro, nossa entrevistada pretende montar cursos de especialização na área de enfermagem esportiva, pois, ela nos conta: “meus alunos me cobram muito, e eles tem razão, afinal, não existem muitos cursos para aprofundar os conhecimentos nessa área. O problema é que preciso de mais gente para montar esses cursos, pois não conseguiria, sozinha, montar as grades e dar aulas para todos.” Ela já faz parte de alguns grupos de estudo.

Fora da SEME, Vanda ama ficar com seus dois cachorros, um yorkshire e um vira-lata que adotou há pouco tempo. Era também dona de uma poodle, que viveu ao seu lado por 20 anos, mas morreu de velhice, ela conta: “ela ficou ao meu lado durante o mestrado, doutorado, foi uma companheirona, foi doído quando ela morreu.”

No tempo livre, suas atividades são dançar, ir ao teatro e ao cinema. Esse ano ela já assistiu a todos os filmes indicados ao Oscar. Ela também adora viajar, e recomendou a todos uma visita a Dublin. “A cidade tem o clima londrino, é meio cinza, seca, mas o povo é muito acolhedor.” Nossa entrevistada também gosta de assistir à programação esportiva na TV. É Corinthiana, mas adora diversos esportes, não só futebol. Gosta de tênis, futebol americano. E ultimamente está tendo tempo para praticar ginástica e fazer alongamentos.

Este foi um pedacinho de uma história muito rica, de uma pessoa que está sempre buscando crescimento, profissional e pessoal. Para a nossa sorte, Vanda também faz parte da Família SEME.